O percurso de Jorge Cruz tem sido a história de um homem a lutar pela dignificação da canção portuguesa. No rodopio de uma melodia, no arrepio de um riff, na beleza introspectiva da melancolia ou na mais efusiva alegria, passou as últimas décadas a nadar contra a corrente, caminhando em novas direcções e celebrações. Convidou a música moderna a encontrar-se com as suas raízes culturais, desbravando novos caminhos, sem preconceitos.

Ao escrever para outras vozes, criou sucessos para nomes como Ana Moura, Gisela João, Ana Bacalhau, Cristina Branco e Amor Electro. A solo, expressou as encruzilhadas da alma, entre a timidez lo-fi e uma faceta de cantor romântico e filosófico. Nas bandas que formou – dos Superego aos Diabo na Cruz – uniu o legado da música tradicional portuguesa, as referências anglo-saxónicas e o espírito DIY a uma vivência actual, imaginando um admirável mundo novo entre o passado e o futuro.

Tocou em bares e ruas, nos palcos de grandes festivais e nas melhores festas de aldeia, à procura de ouvir o bater do coração de Portugal. Mas ainda há caminho a percorrer. Quatro anos após o fim de Diabo na Cruz, regressa aos palcos em 2023 com dois concertos especiais a voz e guitarra, no Porto (13 de Abril na Casa da Música) e em Lisboa (19 de Abril no Teatro Maria Matos). Com temas da sua discografia já vasta, mas também algumas versões e outras surpresas – com cheirinho a novo disco a solo, a caminho.